quinta-feira, 26 de abril de 2012

Evangelho São Marcos - Cap. 11 e 12



Bíblia Sagrada
Novo Testamento
Evangelho Segundo São Marcos
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Capítulo 11
1 Jesus e seus discípulos aproximavam-se de Jerusalém e chegaram aos arredores de Betfagé e de Betânia, perto do monte das Oliveiras. Desse lugar Jesus enviou dois dos seus discípulos, 2 dizendo-lhes: "Ide à aldeia que está defronte de vós e, logo ao entrardes nela, achareis preso um jumentinho, em que não montou ainda homem algum; desprendei-o e trazei-mo. 3 E se alguém vos perguntar: Que fazeis?, dizei: O Senhor precisa dele, mas daqui a pouco o devolverá." 23 4 Indo eles, acharam o jumentinho atado fora, diante duma porta, na curva do caminho. Iam-no desprendendo, 5 quando alguns dos que ali estavam perguntaram: "Ei, que estais fazendo? Por que soltais o jumentinho?" 6 Responderam como Jesus lhes havia ordenado; e deixaram-no levar. 7 Conduziram a Jesus o jumentinho, cobriram-no com seus mantos, e Jesus montou nele. 8 Muitos estendiam seus mantos no caminho; outros cortavam ramos das árvores e espalhavam-nos, pelo chão. 9 Tanto os que precediam como os que iam atrás clamavam: "Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! 10 O Bendito o Rei?.que vai começar, o reino de Davi, nosso pai! Hosana no mais alto dos céus!" 11 Jesus entrou em Jerusalém e dirigiu-se ao templo. Aí lançou-os olhos para tudo o que o cercava. Depois, como já fosse tarde, voltou para Betânia com os Doze. 12 No outro dia, ao saírem de Betãnia, Jesus teve fome. l3 Avistou de longe uma figueira coberta de folhas e foi ver se encontrava nela algum fruto. Aproximou-se da árvore, mas só encontrou folhas pois não era tempo de figos. 14 E disse à figueira: "Jamais alguém coma fruto de ti!" E os discípulos ouviram esta maldição. 15 Chegaram a Jerusalém e Jesus entrou no templo. E começou a expulsar os que no templo vendiam e compravam; derrubou as mesas dos trocadores de moedas e as cadeiras dos que vendiam pombas. 16 Não consentia que ninguém transportasse algum objeto pelo templo. 17 E ensinava-lhes nestes termos: "`Não está porventura escrito: A minha casa chamar-se-á casa de oração para todas as nações (Is 56,7)? Mas vós fizestes dela um covil de ladrões (Jr 7,11). 18 Os príncipes dos sacerdotes e os escribas ouviram-no e procuravam um modo de o matar. Temiam-no, porque todo o povo se admirava da sua doutrina. 19 Quando já era tarde, saíram da cidade. 20 No dia seguinte pela manhã, ao passarem junto da figueira, viram que ela secara até a raiz. 21 Pedro lembrou-se do que se tinha passado na véspera e disse a Jesus: "`Olha, Mestre, como secou a figueira que amaldiçoaste!" 22 Respondeu-lhes Jesus: "Tende fé em Deus. 23 Em verdade vos declaro: todo o que disser a este monte: Levanta-te e lança-te ao mar, se não duvidar no seu coração, mas acreditar que sucederá tudo o que disser, obterá esse milagre. 24 Por isso vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que o tendes recebido, e ser-vos-á dado. 25 E quando vos puserdes de pé para orar, perdoai, se tiverdes algum 24 ressentimento contra alguém, para que também vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe os vossos pecados. [ 26 Mas se não perdoardes, tampouco vosso Pai que está nos céus vos perdoará os vossos pecados.]" 27 Jesus e seus discípulos voltaram outra vez a Jerusalém. E andando Jesus pelo templo, acercaram-se dele os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os anciãos, 28 e perguntaram-lhe: "Com que direito fazes isto? Quem te deu autoridade para fazer essas coisas?" 29 Jesus respondeu-lhes: "Também eu vos farei uma pergunta; respondei-ma, e dir-vos-ei com que direito faço essas coisas. 30 O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondei-me." 31 E discorriam lá consigo: "Se dissermos: Do céu, ele dirá: Por que razão, pois, não crestes nele? 32 Se, ao contrário, dissermos: Dos homens, tememos o povo." Com efeito, tinham medo do povo, porque todos julgavam ser João deveras um profeta. 33 Responderam a Jesus: "Não o sabemos." "E eu tampouco vos direi, disse Jesus, com que direito faço estas coisas."
Capítulo 12
1 E começou a falar-lhes em parábolas. Um homem plantou uma vinha, cercou-a com uma sebe, cavou nela um lagar, edificou uma torre, arrendou-a a vinhateiros e ausentou-se daquela terra. 2 A seu tempo enviou aos vinhateiros um servo, para receber deles uma parte do produto da vinha. 3 Ora, eles prenderam-no, feriram-no e reenviaram-no de mãos vazias. 4 Enviou-lhes de novo outro servo; também este feriram na cabeça e o cobriram de afrontas. 5 O senhor enviou-lhes ainda um terceiro, mas o mataram. E enviou outros mais, dos quais feriram uns e mataram outros. 6 Restava-lhe ainda seu filho único, a quem muito amava. Enviou-o também por último a ir ter com eles, dizendo: Terão respeito a meu filho!... 7 Os vinhateiros, porém, disseram uns aos outros: Este é o herdeiro! Vinde, matemo-lo e será nossa a herança! 8 Agarrando-o, mataram-no e lançaram-no fora da vinha. 9 Que fará, pois, o senhor da vinha? Virá e exterminará os vinhateiros e dará a vinha a outro. 10 Nunca lestes estas palavras da Escritura: A pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se pedra angular. 25 11 Isto é obra do Senhor, e ela é admirável aos nossos olhos (Sal 117,22s)? 12 Procuravam prendê-lo, mas temiam o povo; porque tinham entendido que a respeito deles dissera esta parábola. E deixando-o, retiraram-se. 13 Enviaram-lhe alguns fariseus e herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra. 14 Aproximaram-se dele e disseram-lhe: Mestre, sabemos que és sincero e que não lisonjeias a ninguém; porque não olhas para as aparências dos homens, mas ensinas o caminho de Deus segundo a verdade. É permitido que se pague o imposto a César ou não? Devemos ou não pagá-lo? 15 Conhecendo-lhes a hipocrisia, respondeu-lhes Jesus: Por que me quereis armar um laço? Mostrai-me um denário. 16 Apresentaram-lho. E ele perguntou-lhes: De quem é esta imagem e a inscrição? De César, responderam-lhe. 17 Jesus então lhes replicou. Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. E admiravam-se dele. 18 Ora, vieram ter com ele os saduceus, que afirmam não haver ressurreição, e perguntaram-lhe: 19 Mestre, Moisés prescreveu-nos: Se morrer o irmão de alguém, e deixar mulher sem filhos, seu irmão despo-se a viúva e suscite posteridade a seu irmão. 20 Ora, havia sete irmãos; o primeiro casou e morreu sem deixar descendência. 21 Então o segundo desposou a viúva, e morreu sem deixar posteridade. Do mesmo modo o terceiro. 22 E assim tomaram-na os sete, e não deixaram filhos. Por último, morreu também a mulher. 23 Na ressurreição, a quem destes pertencerá a mulher? Pois os sete a tiveram por mulher. 24 Jesus respondeu-lhes: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus. 25 Na ressurreição dos mortos, os homens não tomarão mulheres, nem as mulheres, maridos, mas serão como os anjos nos céus. 26 Mas quanto à ressurreição dos mortos, não lestes no livro de Moisés como Deus lhe falou da sarça, dizendo: Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó (Êx 3, 6)? 27 Ele não é Deus de mortos, senão de vivos. Portanto, estais muito errados. 28 Achegou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, vendo que lhes respondera bem, indagou dele: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? 29 Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é este: 26 Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; 30 amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. 31 Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe. 32 Disse-lhe o escriba: Perfeitamente, Mestre, disseste bem que Deus é
um só e que não há outro além dele. 33 E amá-lo de todo o coração, de todo o pensamento, de toda a alma e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios. 34 Vendo Jesus que ele falara sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. E já ninguém ousava fazer-lhe perguntas. 35 Continuava Jesus a ensinar no templo e propôs esta questão: Como dizem os escribas que Cristo é o filho de Davi? 36 Pois o mesmo Davi diz, inspirado pelo Espírito Santo: Disse o Senhor a meu Senhor: senta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos sob os teus pés (Sal 109,1). 37 Ora, se o próprio Davi o chama Senhor, como então é ele seu filho? E a grande multidão ouvia-o com satisfação. 38 Ele lhes dizia em sua doutrina: Guardai-vos dos escribas que gostam de andar com roupas compridas, de ser cumprimentados nas praças públicas 39 e de sentar-se nas primeiras cadeiras nas sinagogas e nos primeiros lugares nos banquetes. 40 Eles devoram os bens das viúvas e dão aparência de longas orações. Estes terão um juízo mais rigoroso. 41 Jesus sentou-se defronte do cofre de esmola e observava como o povo deitava dinheiro nele; muitos ricos depositavam grandes quantias. 42 Chegando uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, no valor de apenas um quadrante. 43 E ele chamou os seus discípulos e disse-lhes: Em verdade vos digo: esta pobre viúva deitou mais do que todos os que lançaram no cofre, 44 porque todos deitaram do que tinham em abundância; esta, porém, pôs, da sua indigência, tudo o que tinha para o seu sustento.

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